quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Quando somos chamados

Desde muito tempo eu sentia que Deus estava me chamando para ser parte de algo muito maior. Apesar de muitas coisas terem acontecido na minha vida e muitas delas me afastarem de Deus, com muito amor, Ele foi me atraindo de volta para o caminho certo. Sempre me dispus a ser instrumento nas mãos de Deus, para ser usado para transformar vidas, mas antes de transformar a vida de outros eu precisava ter minha própria vida transformada, precisava ter concretizado em mim aquilo que as pessoas precisam: Jesus. Sem Ele, nada do que eu fale ou faça terá algum valor. Mesmo não sendo merecedor de coisa alguma, sei que Deus me escolheu.




Minha segunda reação foi medo, porque a primeira foi de intensa felicidade, como eu me senti um nada! De fato, o sou. Foi aí que eu pude entender que não seria eu que iria fazer alguma coisa e sim o Espírito Santo agindo através de mim – coisa da qual também não sou merecedor. Confessei meu medo a Deus e, sinceramente, fui respondido da mesma forma que Deus falou a Josué, através de Moisés: O Senhor Deus irá na sua frente; ele mesmo estará com você e não o deixará, não o abandonará. Não se assuste, nem tenha medo.” – (Deuteronômio 31:8).

Bem mais confiante, segui orando para que Deus me mostrasse o que eu iria fazer. A resposta para mim foi bem sugestiva: missões. Eu sempre gostei de missões, mas nunca me imaginei como missionário, nunca me imaginei indo a outros lugares para falar do amor de Deus e da salvação.  Esse era meu desafio, sempre fui meio tímido para falar com as pessoas e ainda mais para falar de Jesus! Algumas coisas foram acontecendo até que surgiu uma oportunidade de ir a São Paulo para participar do projeto missionário “Jesus Transforma”. Orei mais ainda porque não sabia o que me esperava por lá, mas meu único desejo era ser usado por Deus.


Por causa da minha teimosia, ainda não sabia direito se o meu chamado era realmente de missionário, então orei e pedi para que depois daquele projeto Ele me confirmasse.  Como o tempo de Deus é diferente do nosso, Ele me respondeu,uma semana antes de eu viajar, em um sonho de visão, e me mostrou que era isso mesmo que Ele tinha preparado para mim. E continuou falando comigo, assim como falou a Josué: Lembre da minha ordem: “Seja forte e corajoso! Não fique desanimado, nem tenha medo, porque eu, o Senhor, seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for!” – (Josué 1:9).


Por causa desse amor que eu tenho pelo Senhor e – sem arrogância - porque Ele me escolheu tenho enfrentado vários obstáculos. Minha vida não tem sido tão fácil... Muitos podem pensar: “Mas você só tem 18 anos, ainda não viveu o suficiente para saber o que é uma vida difícil.” Certo. Não vivi muita coisa, mas o pouco que eu vivi pude experimentar da provisão de Deus e da sua imensa misericórdia. Já vivi o suficiente para saber que sem Jesus eu sou nada, pra reconhecer que Ele é Deus e que salva e liberta; já vivi o suficiente para escolher negar a mim mesmo e carregar minha cruz; já vivi o suficiente para saber que agora é Ele quem vive em mim. Não importa se vierem muito mais obstáculos que agora, sei que caminhar ao lado do Senhor é muito difícil mas não vou desistir, não vou deixar nada afligir meu coração, pois sei que Ele tem muito mais para mim. “E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento.” (2 Coríntios 4:17).

Deus chamou a todos e tem dado diferentes dons, mas apenas uma ordem: “—Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas.” (Marcos 16:15). Por causa do evangelho, por causa de Jesus, temos passado por obstáculos e enfrentado muitas tribulações, mas Ele já sabia disso, Ele passou por isso! Aquela humilhação que Ele sofreu, era para nós termos sofrido; aqueles açoites e chicotadas que Ele recebeu, nós que deveríamos ter recebido; aquela cruz que Ele carregou, era a nossa cruz; aquela coroa de espinhos que foi colocada na cabeça d’Ele, era para ter sido colocada na nossa cabeça e os pregos eram para ter furado as nossas mãos; aquele sangue que Ele derramou, era para ser o nosso sangue derramado. Nunca fomos dignos de nada, nem que Ele se sacrificasse por nós, mas Ele nos escolheu.

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